Produção de camarão cresce 27,8% no RN em 2024, mas queda nos preços afeta valor de produção

RN produziu 31,6 milhões de quilogramas de camarão em 2024
O Rio Grande do Norte produziu 31,6 milhões de quilogramas de camarão em 2024, um aumento de 27,83% frente à quantidade produzida no ano anterior. Apesar do expressivo crescimento em volume, o valor total pago pelo produto não acompanhou a produção, e teve um crescimento nominal de apenas 2,61% na mesma comparação. O camarão é um dos produtos do setor da aquicultura investigados na Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2024, divulgada hoje 18 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No total, os produtores potiguares de camarão faturaram R$ 701,39 milhões em 2024. O preço médio pago pelo quilo foi de R$ 22,18, abaixo dos R$ 27,63 médios registrados pelo IBGE no ano anterior. A queda no valor do produto fez com que o aumento da produção não se refletisse no mesmo ritmo no faturamento. Apesar do baixo crescimento, o camarão ainda é o principal produto da aquicultura norterio-grandense, e respondeu por 78,93% do valor de produção acumulado no setor no último ano.
No cenário nacional, a carcinicultura apresentou desempenho diferente do registrado no RN. A produção brasileira de camarão alcançou um novo recorde em 2024, atingindo a marca de 146,8 mil toneladas, com um crescimento de 15,17% em relação ao ano anterior. O valor de produção também registrou aumento nominal, de 16,34%, totalizando R$ 3,1 bilhões. No Brasil, a atividade se mantém em expansão contínua desde 2017, após superar os desafios impostos pelo vírus da mancha branca.
Carcinicultura potiguar responde por 21% da produção nacional
Do total da produção nacional de camarão, 99,7% foram provenientes da Região Nordeste em 2024, principalmente do Ceará (57,1%) e do Rio Grande do Norte (21,5%). Ambos os estados registraram aumentos de produção no último ano que, somados, resultam em cerca de 18 milhões de quilos. Com isso, o RN manteve-se como o segundo maior produtor de camarão do Brasil, atrás apenas do vizinho cearense, que produziu 83,7 milhões de quilos no ano passado. Os maiores produtores municipais estão concentrados nos dois estados, começando por Aracati (Ceará), que é origem de 12,2% da produção nacional, e Jaguaruana (Ceará), responsável por 8,8% da produção do País.
O município de Pendências, localizado na região Oeste Potiguar, está no terceiro lugar nacional e responde por 6,5% da produção brasileira de camarão. Em 2024, foram 9,6 milhões de quilos produzidos no município, um aumento de 45,71% frente à produção registrada no ano anterior. Sozinho, Pendências foi responsável por 30,4% da produção de camarão no RN.
No RN, a posição de segundo maior produtor continuou ocupada pelo município de Arês, no Litoral Sul, que produziu 3,5 milhões de quilos no último ano, um aumento de 20,69% em relação a 2023. O município de Canguaretama, na mesma região, também ultrapassou a marca do terceiro milhão, com uma produção de 3,2 milhões de quilos de camarão registrada em 2024, o que representa um crescimento de 14,29% em volume produzido.
Cinco municípios com maior produção de camarão no RN em 2024
- Pendências – 9.608.000 kg
- Arês – 3.500.000 kg
- Canguaretama – 3.200.000 kg
- Senador Georgino Avelino – 2.800.000 kg
- Guamaré – 2.299.122 kg
Aquicultura potiguar fatura R$ 888 milhões em 2024
Em 2024, o setor da aquicultura do Rio Grande do Norte acumulou R$ 888,66 milhões em valor de produção, uma variação nominal positiva de 2,15% em relação ao somado no ano anterior. Desse total, 95,88% foram provenientes da carcinicultura, sendo 78,93% da produção de camarão e 16,95% da produção de larvas e pós-larvas de camarão (espécimes nas fases iniciais de desenvolvimento do animal).
A tilápia manteve-se como o terceiro produto com maior participação no valor de produção da aquicultura potiguar, com 3,36%, número 1,16 ponto percentual menor que o valor de produção do ano anterior (4,52%).
No total, foram produzidos 2,297 milhões de quilogramas do peixe em 2024, que renderam R$ 29,87 milhões em faturamento aos produtores. O município de Nísia Floresta, na região Leste, permaneceu na liderança na produção de tilápia no RN, sendo responsável por 34,81% do total produzido no estado.
O levantamento do IBGE também registrou um crescimento de 25% na malacocultura (produção de ostras, vieiras e mexilhões) do RN, chegando a 125 mil quilos no ano passado, que renderam R$ 2,5 milhões aos produtores. Com o resultado, o segmento passou a ter 0,28% de participação na aquicultura do estado.
Sobre a PPM
A Pesquisa da Pecuária Municipal fornece informações sobre os efetivos da pecuária existentes nos municípios brasileiros na data de referência do levantamento, 31 de dezembro, bem como a produção de origem animal, e o valor da produção durante o ano de referência. Os efetivos incluem bovinos, suínos, matrizes de suínos, galináceos, galinhas, codornas, equinos, bubalinos, caprinos e ovinos.
A produção de origem animal, por sua vez, contempla a produção de leite, ovos de galinha, ovos de codorna, mel, lã bruta e casulos do bicho-da-seda; as quantidades de vacas ordenhadas e ovinos tosquiados; e a aquicultura, que engloba as produções da piscicultura, carcinicultura e malacocultura.
A periodicidade da pesquisa é anual. Sua abrangência geográfica é nacional, com resultados divulgados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Mesorregiões, Microrregiões e Municípios.
Os resultados completos da pesquisa podem ser consultados no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra), por meio do link: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/ppm/quadros/brasil/2024.