Festival em Senador Pompeu celebra 20 anos de música e cultura

Festival em Senador Pompeu celebra 20 anos de música e cultura

Humaitá Rock, criado em 2005, realiza programações da oitava edição neste sábado (11)

Descentralizar acessos e formar plateias na região do Sertão Central cearense. É com esses focos de atuação que o festival Humaitá Rock celebra 20 anos. Criado e até hoje realizado em Senador Pompeu, o evento gratuito terá os shows da oitava edição apresentados neste sábado (11).

Com apresentações das bandas Renegados Além dos Rótulos, Nazirê, Tertúlia Overdrive, Gargulina e de Berg Menezes, o festival promove feira criativa e o encontro Humaitá MotoFest. 

O evento, que começou como um projeto descompromissado entre amigos, hoje promove não só música, mas economia criativa e formação em diferentes setores, chamando atenção de moradores da região.

Início “faça você mesmo”

Como explica Lucas Cavalcante, coordenador do Humaitá Rock, o evento começou de maneira totalmente independente. “A gente fazia em clube, com esquema de ingresso, bilheteria. Começou com bandas sempre do Sertão Central. Era tudo muito simples, bem rústico, o clássico ‘faça você mesmo’”, partilha ao Verso.

Era 2005 e, ele lembra, havia a mítica da TV União — “muito embora não chegasse para a gente aqui em Senador”, aponta — e da MTV, que inspirou o interesse em música de muitos jovens à época. 

Registro histórico de show do Festival Humaitá Rock

“A geração estava toda engajada, por mais que não fosse fã de rock gostava de algumas bandas ou músicas. A nível de estado, havia outros festivais”, segue Lucas. Entre aqueles que influenciam o Humaitá Rock, ele cita o Rock Pedra Rock, de Pedra Branca, e o ForCaos, de Fortaleza. 

“A gente tinha oportunidade de ir ‘pescar’ lá, olhar o funcionamento, se orientar, já que não tinha nenhuma formação na época disponível de produção, produção executiva, coordenação, funções necessárias para um festival”, relembra.

Entre hiatos e retomadas

Apesar de estar celebrando 20 anos desde a estreia, o festival chega neste ano à oitava edição. Problemas financeiros, de manutenção e a pandemia figuram entre motivos que levaram a hiatos do evento em diferentes momentos.

As retomadas do Humaitá Rock ocorreram tanto pela força da própria cena musical do Sertão Central quanto pela possibilidade de apoios diversos ao evento. “Foram surgindo bandas, uma aqui, outra ali. Festivais (da região) foram ressurgindo por conta delas”, credita Lucas.

Após duas edições iniciais, em 2005 e 2006, o festival voltou em 2015, com realização ainda em 2016 e 2018. Entre artistas que fizeram shows nesses anos, estão nomes como Shirley Cordeiro e Guaracy Freitas.

Foto de show no festival Humaitá Rock, realizado em Senador Pompeu, na qual é possível ver silhuetas do público e parte da banda no palco

Novo retorno se deu no pós-pandemia, a partir de 2023, na sexta edição. “A gente entendeu que só compensava fazer (o evento) quando tivesse um cenário que fosse propício, que desse condições mesmo”, ressalta. 

Quando o festival foi contemplado com recursos do Edital de Incentivo às Artes da Secretaria da Cultura do Ceará, isso “permitiu ampliar bem as ações”. “Pela primeira vez a gente teve ações formativas, afirmativas e de acessibilidade. Oficina, roda de conversa, visita guiada ao sítio histórico do Patu, feira criativa”, lista.

“Como a gente foi contemplado com um recurso razoável, (isso) permitiu tanto a gente ampliar as ações, como fazer conexões importantes. Agora, a gente não conseguiu mais apoio do edital, mas as consequências que ficaram, os links que a gente criou, os contatos permitiram dar continuidade”Lucas Cavalcante

coordenador do Humaitá Rock

2025 marca a terceira edição seguida do Humaitá Rock e, também, realizada de forma gratuita e em espaço público, na Praça Marcone Borges.

Entre as cinco atrações, duas são de Fortaleza (Renegados e Berg Menezes), uma é da região do Cariri (Nazirê), uma é de Quixadá (Tertúlia Overdrive) e outra vem de Pedra Branca (Gargulina).

“A gente tem muito cuidado, pensando muito no público que a gente criou. Os dois pontos principais da nossa curadoria é fazer o pessoal bater cabeça ou dançar. Se não fizer nenhum dos dois, impossível participar”, brinca Lucas.

Na avaliação dele, a dificuldade maior para o festival “permanece” sendo conseguir apoio. “A gente tem parcerias importantíssimas com empresas, instituições, mas acho que deveria ser mais. A prefeitura tem entrado como correalizadora, mas a maior dificuldade é com as empresas locais”, aponta.

Apesar disso, o coordenador do Humaitá Rock destaca: “Ele é um dos eventos que mais traz visitantes a Senador Pompeu. Principalmente o Sertão Central vem em peso, mas vem gente também de Fortaleza, de várias regiões do Ceará”.

“Foi um dos maiores desafios criar estratégias para formar público, arregimentar pessoas, criar fidelidade, (fazer) principalmente pessoas das cidades vizinhas se deslocarem. Hoje, a gente está com as pousadas todas lotadas. Isso mostra a potência do festival”Lucas Cavalcante

coordenador do Humaitá Rock

O que se vê hoje nas atividades, ressalta Lucas, é que deu certo: as plateias estão formadas. “A gente goza de um público fiel. Muito embora eu seja muito pé no chão, não fico esperando multidão, mas fico bastante confortável de saber que a praça vai estar cheia e que o pessoal abraça e entende o festival”, celebra.

Festival Humaitá Rock – 20 Anos

  • Quando: sábado, 11, a partir de meio-dia
  • Onde: Praça Marcone Borges (Estação) – Senador Pompeu, Ceará
  • Gratuito.
  • Mais informações: @humaitarock

Confira programação 

Sábado, 11 de outubro

  • 12 horas – 1º Humaitá MotoFest, no Parque de Exposição Agostinho A. Bezerra
  • 19 horas – Feira criativa, na Praça Marcone Borges
  • 20h30 – Shows, na Praça Marcone Borges

Redação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *