O brilho da avenida: moda, beleza e autenticidade marcam o Pré-Caju 2025

Customização de abadás, maquiagem e influência digital transformam a festa em um desfile de criatividade e identidade

Neste final de semana, de 14 a 16 de novembro, a Orla de Atalaia em Aracaju será o palco da aguardada edição do Pré-Caju 2025. O evento, que já se tornou uma das maiores micaretas do Brasil, atrai turistas de todas as regiões, movimenta a economia local e celebra a cultura sergipana com uma mistura vibrante de ritmos. A festa é organizada por Augusto Produções e conta com o apoio do Governo do Estado, Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Prefeitura de Aracaju e outros parceiros que veem no Pré-Caju um momento de fortalecimento da identidade local e do turismo em Sergipe.

Mas o Pré-Caju vai muito além dos trios e da música. Nas ruas, nas redes sociais e nos bastidores, a preparação dos foliões se transforma em um verdadeiro espetáculo de criatividade, com abadás personalizados, maquiagens elaboradas e looks pensados para brilhar tanto na avenida quanto nas câmeras. O F5 News conversou com profissionais e foliões que mostram como a moda, a beleza e o digital se entrelaçam para contar a história visual da festa.

Para Ryan Fernandes, responsável pelo Ateliê Ryan Fernandes, a customização de abadás se consolidou como um símbolo de autenticidade no Pré-Caju. Ele explica que as meninas costumam pedir bodys, vestidos, croppeds ou conjuntos de saia, enquanto os meninos, em geral, preferem ajustes mais simples, embora também existam aqueles que gostam de ousar.

Segundo o estilista, a cada ano o público busca se estilizar ainda mais e o abadá deixou de ser apenas uma camisa para se tornar parte da identidade de cada folião. Hoje, há quem veja a customização como uma competição do melhor look, mas Ryan prefere enxergar como uma forma de autenticidade e bem-estar. Além de valorizar a personalidade de quem veste, o trabalho dos ateliês também fomenta a economia local.

“A customização gera renda significativa nesse período, fomenta o trabalho de costureiros e estilistas e empodera os foliões, enriquecendo a identidade visual do Pré-Caju”, afirma. Entre os foliões, personalizar o abadá se tornou um verdadeiro ritual. A empresária Nadja Sueli conta que não consegue imaginar ir para o Pré-Caju com o abadá no formato original.

“Eu sempre digo que o abadá é a minha tela em branco. Gosto de transformar, colocar brilho, recorte, franjas, algo que tenha a minha cara. É uma forma de mostrar quem eu sou e entrar na festa com autoestima lá em cima”, relata.

Ela explica que começa a planejar o look semanas antes, pesquisando referências nas redes sociais e escolhendo cores que combinam com sua personalidade e conforto. “Depois levo pra costureira e finalizo com pedrarias e muito glitter. Quando a gente se arruma e se sente bonita, a vibe muda completamente”, diz.

Apesar da liberdade criativa, existem regras que precisam ser respeitadas. O abadá não pode ser transformado em acessórios, como bolsas, nem usado de forma diferente do corpo, e é obrigatório manter visíveis as marcas, os patrocinadores e o QR code do evento.

A maquiagem também ocupa papel central na estética da festa. O maquiador Luiz Eduardo explica que as tendências deste ano seguem a linha das “makes beautys”, mais naturais e leves, mas sem abrir mão do brilho que combina com a ocasião. Ele conta que uma das principais preocupações das foliãs é a durabilidade, já que o evento tem longa duração.

“As clientes sempre perguntam sobre a resistência da make, e é aí que nós profissionais buscamos aperfeiçoar as técnicas de blindagem para garantir segurança e qualidade durante toda a festa”, destaca. Para ele, a maquiagem vai além da estética e funciona como forma de expressão e afirmação pessoal, refletindo a individualidade de cada participante.

Com o avanço das redes sociais, o Pré-Caju também se transformou em um grande palco digital. A influenciadora Marilise Suyane observa que o evento reúne marcas, criadores de conteúdo e figuras públicas em um ambiente ideal para parcerias e produção de material voltado à moda, lifestyle e comportamento. Segundo ela, plataformas como Instagram, TikTok e YouTube transformaram o Pré-Caju em um espetáculo visual contínuo, no qual cada look, maquiagem e pose são planejados com o olhar voltado para o engajamento.

“Tons neon, metálicos e degradês continuam fortes, refletindo o clima de festa e veraneio. As paletas quentes como laranja, pink e amarelo aparecem nas roupas, acessórios e até nas makes”, explica.

O Pré-Caju é, portanto, uma celebração que ultrapassa a música e a diversão. É um espaço onde o visual se transforma em identidade e a criatividade se manifesta como forma de expressão coletiva. Cada abadá customizado, cada maquiagem iluminada e cada registro publicado nas redes sociais traduzem o orgulho, a alegria e a energia de quem faz parte dessa festa. Mais do que uma micareta, o Pré-Caju é o encontro entre cultura, moda e autoestima, um desfile de autenticidade que colore a avenida e mantém viva a tradição de celebrar o que há de mais vibrante na alma sergipana.