Segunda atração do Virada Salvador, Claudia Leitte evita perguntas da imprensa, mas deixa mensagem de paz antes de show

Segunda atração do Virada Salvador, Claudia Leitte evita perguntas da imprensa, mas deixa mensagem de paz antes de show

Poucos minutos antes de subir ao palco do Festival Virada Salvador, neste domingo (28), a cantora Claudia Leitte escolheu o silêncio diante das perguntas da imprensa. Escalada como a segunda atração da noite, a artista, que é natural do Rio de Janeiro, mas construiu carreira no estado da Bahia, evitou responder aos questionamentos da coletiva, mas fez questão de deixar uma mensagem de paz sobre aproveitar os momentos da vida.

“Estou muito feliz. Toda vez que eu faço show na minha terra é igual a criança quando está fazendo uma coisa nova e quer mostrar para o pai e para a mãe”, expressou ao falar com os profissionais que acompanhavam os bastidores do evento. 

Claudia afirmou que subir ao palco em casa desperta um espírito “jovial de cantora”, como ela própria definiu, e convidou os jornalistas a compartilhar da mesma disposição. “Eu vou me divertir muito hoje e quero que vocês se divirtam também. Eu sei que vocês estão trabalhando, eu também estou. Mas a gente não sabe o dia de amanhã, então a gente tem que ser feliz agora, no processo, hoje”, declarou.

A apresentação no Virada Salvador, segundo ela, é tratada como um momento de celebração criativa. A cantora destacou que o show integra a divulgação de seu novo projeto musical, “Especiarias”, álbum concebido como uma obra em atos e ainda em fase de lançamento. “Já teve o ato 1 e o ato 2. Eu termino de lançar depois do Carnaval. O nome do álbum todo é ‘Especiarias’, que é uma mistura de Brasil com Egito”, brincou. “Eu preparei um banquete para vocês se alimentarem do melhor que eu tenho aqui”, completou em sua passagem pela sala de imprensa.

Ao final do discurso, Claudinha, que optou inicialmente por não responder às perguntas da imprensa, fez duas breves considerações sobre o novo trabalho ao atender a dois portais de notícias.

FORA DOS PALCOS
O clima de celebração e afeto no discurso contrastou com o contexto externo que envolve o nome da artista. Fora do palco, Claudia Leitte se tornou alvo de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que pede a condenação da cantora ao pagamento de R$ 2 milhões por dano moral coletivo, sob a alegação de discriminação religiosa. O caso ganhou repercussão após a artista alterar, em 2024, um verso da música “Caranguejo”, substituindo a expressão “saudando a rainha Iemanjá” por “eu canto meu rei Yeshua”.

No início do mês, a reportagem do Bahia Notícias teve acesso ao documento, assinado pela promotora Lívia Vaz, da Promotoria de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, e por Alan Cedraz Carneiro Santiago, promotor de Justiça e coordenador do Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Nudephac). Na ação, o MP-BA solicita que o valor da indenização seja destinado ao Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos ou a entidades representativas de religiões de matriz africana.

Além da indenização, o Ministério Público pede que a cantora realize retratação pública e “se abstenha de praticar qualquer ato de discriminação religiosa, direta ou indiretamente, em suas apresentações públicas, entrevistas, produções artísticas ou redes sociais, especialmente aqueles que impliquem supressão, alteração ou desvalorização de referências religiosas de matriz africana”.

Diante desse cenário, a recusa em responder perguntas na coletiva de imprensa ganha novos contornos. Evitando os questionamentos dos jornalistas, Claudinha pareceu optar por tirar o foco do embate jurídico para o lugar onde sempre exerceu maior controle: o palco.

Redação

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