Faltam profissionais em ‘praticamente todos os hospitais’ municipais de Fortaleza, diz secretária

Faltam profissionais em ‘praticamente todos os hospitais’ municipais de Fortaleza, diz secretária

Concursados da extinta Fagifor e do IJF vêm sendo convocados para tentar solucionar o problema

A titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Riane Azevedo, admitiu que praticamente todos os hospitais geridos pela Prefeitura enfrentam problema de falta de profissionais, principalmente de enfermagem, como técnicos e enfermeiros. A informação foi dada pela gestora em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, na manhã dessa quinta-feira (31), em evento de inauguração de 66 novos leitos do Instituto Dr. José Frota (IJF).

Segundo Riane, que está à frente da SMS há pouco mais de dois meses, a convocação de 411 candidatos aprovados no concurso da extinta Fundação de Apoio à Gestão Integrada em Saúde de Fortaleza (Fagifor) para atuar na rede municipal não será suficiente para suprir o déficit histórico.

“Apesar dessa chamada que fizemos agora, há uma necessidade. Estamos completando de uma forma alternativa, por contratos temporários, com cooperativas, mas a ideia no futuro é ampliar isso, fazer mais convocações”, afirma. 

Ao todo, a rede de saúde de Fortaleza sob gestão da Prefeitura possui 10 hospitais, entre pronto socorros e maternidades. São eles: 

  • Hospital e Maternidade Dra. Zilda Arns Neumann, no Demócrito Rocha;
  • Hospital da Criança de Fortaleza, no Jóquei Clube;
  • Hospital Maternidade Nossa Senhora da Conceição, na 4ª Etapa do Conjunto Ceará;
  • Hospital Distrital Evandro Ayres de Moura, o Frotinha do Antônio Bezerra;
  • Hospital Distrital Maria José Barros de Oliveira, o Frotinha da Parangaba;
  • Hospital Dr. Edmilson Barros de Oliveira, o Frotinha da Messejana;
  • Hospital Distrital Gonzaga Mota José Walter;
  • Hospital Distrital Gonzaga Mota Barra do Ceará;
  • Hospital Distrital Gonzaga Mota Messejana;
  • Instituto Doutor José Frota – IJF.

Além disso, há outros 160 equipamentos municipais, sendo 134 Unidades Básicas de Saúde (UBS, ou postos), 16 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), 6 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 4 policlínicas.

Dois hospitais preocupam mais

Questionada sobre quais equipamentos mais preocupam a gestão, Riane aponta o Hospital e Maternidade Zilda Arns, popularmente conhecido como Hospital da Mulher, e o Hospital Nossa Senhora da Conceição, no bairro Conjunto Ceará. Ambos estão em reforma estrutural e, após conclusão, terão maior número de leitos, exigindo aumento do quadro de profissionais.

“Como estamos em reforma, temos o tempo pra ir nos estruturando em relação à questão de profissionais. Tem muita gente, tem o cadastro (de reserva) da Fagifor pra chamar ainda. Conseguimos chamar 411 agora, diversos, de médicos a socorristas, motoristas do Samu, tem de tudo”, lista a médica e gestora da SMS.

No caso do Hospital Nossa Senhora da Conceição, a primeira estimativa da Prefeitura era de que, até janeiro de 2026, toda a unidade seria entregue com mais 10 leitos de UTI e 144 de enfermaria. No entanto, o prazo deverá ser estendido em pelo menos 60 dias, como projeta a secretária.

“Na reforma, se coloca o prazo, mas tem que imediatamente mudar porque aparece uma estrutura nova, uma viga que tem que ser trocada”, exemplifica. “Por conta disso, essa obra vai atrasar, pelo menos, 60 dias a mais do prazo que inicialmente tinha sido colocado. Nesse tempo, a gente vai se estruturando”, afirma. 

Em junho deste ano, trabalhadores, entidades que representam as categorias e até usuários das unidades de saúde já denunciavam o déficit de profissionais de enfermagem. A reportagem do Diário do Nordeste detalhou que em 15 postos da cidade faltavam 21 enfermeiros e 10 técnicos de enfermagem. 

Redação

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