Rendimento médio mensal real da população do Piauí cresceu 37% em 11 anos, aponta IBGE
O rendimento médio mensal da população piauiense em 2023 chegou a R$ 2.145,00, o maior valor real da série histórica desde 2012, é o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (19).
A pesquisa leva em conta todas as fontes de renda, incluindo tanto os rendimentos de trabalho como benefícios sociais do governo, aposentadoria/pensão, aluguéis, dentre outros.
A (PNAD Contínua afirma que o rendimento médio mensal no estado registrou um aumento real de 37% nos últimos 11 anos, o maior entre todas as unidades da federação. Além disso, o índice de crescimento piauiense registrado no período foi quase oito vezes maior que a média nacional, na ordem de 4,67%
No tocante ao rendimento médio mensal real da população residente com rendimento, obtido a partir de outras fontes, aquelas que levam em conta rendimento de programas sociais governamentais, aposentadoria/pensão, aluguéis, dentre outros, o Piauí em 2023 também atingiu o maior rendimento da série histórica, com R$ 1.433,00, contra um rendimento de R$ 1.048,00 em 2012, o que representou um crescimento de 36,73%, o terceiro maior do país, ficando atrás apenas de Tocantins (41,67%) e do Rio Grande do Norte (37,32%).
Foto: Roberta Aline/MDS
Já considerando os rendimentos obtidos de outras fontes, observa-se que no período de 2012 a 2023 o maior crescimento foi o do rendimento médio mensal real do sub-item “outros rendimentos”, tendo atingido 95,23%, com um rendimento médio mensal real da ordem de R$ 818,00 em 2023. Esse sub-item agrega rendimento de programas sociais como Bolsa-Família, BPC LOAS, seguro-desemprego, seguro-defeso, rentabilidade de aplicações financeiras, bolsas de estudos etc.
Na sequência vem o sub-item “aposentadoria e pensão”, que apresentou um crescimento de 23,94% na série histórica, tendo registrado em 2023 um rendimento médio mensal real de R$ 2.102,00. O sub-item “aluguel e arrendamento” apresentou um crescimento de 5,23% e um rendimento médio mensal real de R$ 1.529,00 em 2023. O único sub-item que apresentou redução foi o de “pensão alimentícia, doação e mesada de não morador”, com -5,45%, e um rendimento médio mensal real de R$ 468,00 em 2023.
Concentração de renda
Apesar do crescimento do rendimento médio mensal real da população piauiense registrado nos últimos anos, segue crescendo também a concentração do rendimento médio mensal real domiciliar percapita no estado, medida pelo índice de Gini. Esse indicador aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos. Numericamente, esse indicador varia de zero a um, onde o valor “zero” representa uma situação de igualdade, ou seja, todos teriam a mesma renda, e o valor “um” no extremo oposto, é aquele onde teoricamente uma única pessoa deteria toda a riqueza.
Na série histórica de 2012 a 2023, percebemos que nos últimos quatro anos o índice de concentração do rendimento médio mensal real domiciliar percapita no Piauí vem crescendo, tendo passado de um índice de Gini de 0,474 em 2020, que foi inclusive o menor da série histórica, para um índice de 0,552 em 2023, o maior da série histórica, e o segundo maior do país, ficando atrás apenas da Paraíba, com um indicador de 0,559.
Foto: Arquivo/Cidadeverde.com
O índice de concentração do rendimento médio mensal real domiciliar percapita da região Nordeste tem caído nos últimos três anos, tendo passado de 0,556 em 2021, para 0,509 em 2023, índice inferior ao observado para o Piauí, que foi de 0,552. Ressalte-se que a região Nordeste possui uma das maiores proporções de domicílios beneficiados pelo Programa Bolsa Família e essa melhora na distribuição de renda pode ter sido favorecida pelo aumento do valor do benefício médio e pela ampliação da população abrangida pelo programa.
No tocante ao Brasil, nos últimos seis anos o índice tem apresentado tendência de queda, tendo passado de 0,545 em 2018, para 0,518 em 2023. Dentre as unidades da federação, os menores indicadores estão com Santa Catarina (0,418), Mato Grosso (0,452), Rondônia (0,455).