Hospital de Emergência do Agreste participará de estudo inédito do Ministério da Saúde
Unidade foi escolhida por ter atendido muitos pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave durante e após à pandemia da Covid-19
Tony Medeiros / Ascom HEA
O Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, recebeu visita técnica para a implantação do Rehab VM Brasil, desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Inédito em Alagoas, o projeto tem a finalidade de realizar estudo com pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que precisaram da ventilação mecânica em decorrência de insuficiência respiratória aguda hipoxêmica, o que representa baixo nível de oxigênio no sangue.
Concebido e financiado pelo governo federal, o projeto é executado no Hospital Albert Einstein, em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
O Hospital de Emergência do Agreste, referência em salvar vidas durante a pandemia da Covid-19, foi o único escolhido em Alagoas para participar do estudo, por ser o segundo do país que mais notificou casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
“O alto número de pacientes internados com a síndrome chamou a atenção do Ministério da Saúde e, por isso, fomos convidados para este projeto inédito, que vai avaliar os cuidados com os pacientes submetidos à ventilação mecânica e as sequelas ou melhorias que eles tiveram com essa intervenção na UTI, bem como, até 90 dias após a alta médica. Vários estudos já foram feitos sobre a ventilação mecânica intra-hospitalar, mas no pós-hospitalar é o primeiro”, explicou a médica Guacyra Almeida, integrante do corpo técnico do Hospital de Emergência do Agreste, que assumiu a função de coordenadora do projeto na unidade.
A visita foi realizada pela fisioterapeuta Jennifer Barreto e a biomédica Geraldine Trott, ambas integrantes do grupo profissional do Hospital Moinhos de Vento e consultoras do projeto Rehab VM Brasil.
Elas apresentaram informações sobre o funcionamento do projeto para lideranças do hospital e equipe assistencial, mostraram como será a atuação dos centros coordenadores, quais as responsabilidades e definições de referências, os chamados pontos focais, bem como, trouxeram informações sobre o acompanhamento telefônico pós-alta e boas práticas clínicas em pesquisa.
“A gente vai implementar pacotes de cuidados na UTI para tentar liberar o quanto antes esse paciente da ventilação mecânica, evitando sequelas a longo prazo. O olhar permanece durante o período na enfermaria e após a alta hospitalar. Inicialmente, o estudo visava apenas pacientes com Covid-19, mas, diante de várias notificações de SRAG, ampliamos a visão e o HEA se encaixou nas diretrizes”, salientou Jennifer Barreto.
Alta médica
O acompanhamento após a alta hospitalar vai acontecer por ligações telefônicas para os pacientes e familiares. “Para verificar aspectos relacionados à qualidade de vida do paciente são aplicados questionários que avaliam, além da qualidade física em si, a dependência física funcional, status cognitivo, entre outras questões. Depois de todas as entrevistas, análise de dados, gerenciamento e análise estatística, será feita a redação e publicação dos resultados do estudo em periódicos científicos e relatórios para o Ministério da Saúde”, explicou a biomédica Geraldine Trott.
“Este estudo que será realizado no Hospital de Emergência do Agreste amplia nossa capacidade e as condições para salvarmos mais vidas, uma vez que teremos a oportunidade de analisar cada situação, cada paciente. É qualificação no campo assistencial”, avaliou a diretora-geral, fonoaudióloga Bárbara Albuquerque.