Alunas de escola pública de Fortaleza são ‘melhor equipe do NE’ e vão à final de Olimpíada Nacional

A equipe com três alunas e um professor de História de uma escola da rede municipal no Jangurussu irá para a última etapa da Olimpíada Nacional em História do Brasil em agosto
Uma equipe composta por três alunas do 9º ano do Ensino Fundamental e um professor de História da Escola Municipal Taís Maria Bezerra Nogueira, no Jangurussu, na periferia de Fortaleza, está em plena comemoração deste o último fim de semana. Isso porque no sábado (21) saiu o resultado da penúltima etapa da 17ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) e, além de ter conseguido uma vaga na final da competição, que reúne estudantes do Brasil inteiro, o grupo também foi selecionado como “o melhor do ensino fundamental da Região Nordeste”.
Com isso, a equipe vai para a última etapa da Olimpíada, que ocorrerá nos dias 30 e 31 de agosto em Campinas, São Paulo, orgulhosa da trajetória e sonhando em retornar com mais conquistas: além das memórias do feito de chegar tão longe em uma competição nacional, trazer também medalhas que premiem esse momento.
Por ser considerada “a melhor equipe do Ensino Fundamental de escolas públicas da Região Nordeste”, segundo o professor Lucas de Sena Alencastro, que é orientador da equipe, eles receberão da própria organização – ligada à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – o custeio das passagens de avião para a final no campus da instituição. A equipe foi a única inscrita da escola.
A performance das alunas da rede pública, destaca o professor, é motivo de alegria e o feito é inédito, aponta ele: “é a primeira vez que uma equipe do Jangurussu consegue ser a melhor equipe da Região Nordeste na Olimpíada Nacional em História do Brasil”.
Empenho da equipe
O coordenador da escola, Edilson Leite Rodrigues, reitera a comemoração: “salientamos que, não foi apenas uma vaga para a final, fomos a primeira colocada de toda a região Nordeste. A escola apoiou da melhor maneira possível, mas o esforço e conhecimento do professor Lucas, somada a dedicação, esforço e sacrifício das alunas, fizeram alcançar tal feito”.
As alunas que integram a equipe são: Ana Beatriz Pereira, Letícia Moreira e Karlliany dos Santos Félix. Das três, segundo Lucas, apenas Letícia já havia participado da ONHB no ano anterior. Na primeira fase, ressalta ele, “havia 57,1 mil equipes, mas apenas 336 conseguiram ser aprovadas para a final”.
“Para chegar até a final, as meninas tiveram que enfrentar seis fases divididas em seis semanas, sendo uma fase por semana. Cada fase era eliminatória e composta por questões e tarefas sobre a História do Brasil. Mesmo sendo a única equipe participante da escola, foram engajadas, unidas como equipe e responsáveis para entregar tudo no prazo exigido”.Lucas de Sena Alencastro
Professor de História
O coordenador da escola, Edilson Leite Rodrigues, também ressaltou que a participação em competições escolares é importante, pois “possibilita aos alunos, não apenas ampliarem seus conhecimentos, como também proporcionar momentos únicos na vida escolar. Momentos estes, que levarão para o resto de suas vidas”.

Como o grupo ganhou as passagens aéreas, o professor Lucas explica que tentará receber apoio financeiro da Secretaria Municipal de Educação (SME) para as despesas com hospedagem, translado e ajuda de custo.
O que é a Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB)?
A ONHB é uma competição educacional, organizada por uma comissão ligada à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que busca promover o estudo da História do Brasil, o trabalho em equipe e a prática de procedimentos científicos.
A Olimpíada é estruturada em seis fases online e uma fase final presencial. As equipes são formadas por três estudantes e um professor orientador da mesma escola. Para os alunos do ensino fundamental, a participação é permitida para aqueles que estão no 8º ou 9º ano, e eles competem exclusivamente com outras equipes do mesmo nível de ensino.
As fases online consistem em questões de múltipla escolha e tarefas, com eliminação progressiva baseada no desempenho, mas sem a divulgação de rankings gerais ou individuais
Como será a final?
A final é dividida em dois dias. No dia 30 de agosto será a prova, que, segundo o professor Lucas, “pode ser uma redação sobre o tema da olimpíada desse ano ou qualquer outra atividade que a olimpíada propor, só saberemos no momento da prova”.
Ele esclarece que o professor “não participa da resolução da prova final, apenas as alunas”. No dia seguinte, 31 de Agosto, acontecerá a cerimônia de premiação e as alunas poderão receber medalhas de cristal (participação), medalhas de bronze, prata ou ouro.