Após fortes chuvas, Ceará elimina áreas de ‘seca moderada’ e tem 63% do território em ‘seca fraca’

Após fortes chuvas, Ceará elimina áreas de ‘seca moderada’ e tem 63% do território em ‘seca fraca’

Estado tem 44,22% do volume nos reservatórios monitorados pela Cogerh

banharam o Ceará de forma bem distribuída e eliminaram o território de “seca moderada” – que era 42,67% em dezembro do último ano e zerou no primeiro mês de 2025. Apesar disso, 63,18% da extensão do Estado está em situação de “seca fraca”, conforme última análise publicada no Monitor das Secas, elaborado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

A melhora dos indicadores em janeiro levaram ao recuo da seca fraca no Norte e no Sul do Estado, além do abrandamento da seca no Centro-Sul, que passou de moderada para fraca. Os impactos desse cenário, conforme a observação da ANA, são de curto prazo.

Em dezembro, a seca moderada havia avançado no Centro e no Oeste do Ceará. Naquele mês, apenas o Norte teve redução da seca fraca devido às chuvas acima da média.

Francisco Vasconcelos Júnior, doutor em Meteorologia e pesquisador da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), indica que a melhora da situação no Estado se deve às chuvas acima da média em janeiro. 

Para se ter uma dimensão disso, enquanto a normal histórica do mês de janeiro é de um acumulado de 99,8 milímetros de chuva, o observado neste ano foi de 191 mm, ou seja, praticamente o dobro. 

“Muito devido às chuvas de janeiro terem sido muito acima da média e esse cenário foi crucial para esse recuo do impacto de seca mais moderada. Diferente de fevereiro, que está mais chuvoso no litoral, janeiro foi um mês atípico de ter chuvas concentradas”, explica.

Cenário em municípios se altera com o início das chuvas

Isso porque as chuvas do primeiro mês do ano foram bem distribuídas e beneficiaram regiões onde a situação estava mais delicada. Por outro lado, as precipitações de fevereiro foram mais para a Região Metropolitana de Fortaleza e em outros pontos do litoral, com menos volume para o Cariri e Sertão Central, por exemplo.

A última vez que tivemos seca no nível grave foi em janeiro de 2024, quando 2,13% do território se encaixava nessa categoria. Em dezembro de 2019 era 28,3% na mesma categoria. Contudo, em dezembro de 2017, 32,23% do território estava em seca excepcional – nível mais grave.

“No ano passado, e em 2023, tivemos chuvas melhores distribuídas ao longo da estação chuvosa e a última estação foi com chuvas além da normalidade”, contextualiza. “Esse cenário que estamos visualizando é algo (que se deve aos) últimos anos, porque antes de 2017 tivemos vários anos de baixíssima pluviometria, com seca multianual”, completa Júnior.

SITUAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS

No último dia de janeiro, o Ceará estava com 44,04% de volume nos 157 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e com 11 açudes sangrando. Esse é um retrato bem melhor do que no igual período do ano passado, quando o volume era de 37,15% e apenas um açude sangrava.

Além disso, até ontem o Ceará tinha 16 açudes sangrando e 46% do volume nos reservatórios e 16 reservatórios com volume acima de 90% da capacidade. O Açude Castanhão, principal reservatório do Estado, está com 27,73% da capacidade.

Redação

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