Boletim aponta queda de 68% nos casos notificados de dengue em Pernambuco em 2025

Secretaria de Saúde registra 17.957 notificações até maio; chikungunya e zika apresentam números menores, enquanto casos de febre do Oropouche se espalham pelo estado.
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) divulgou, nesta quinta-feira (4), o Boletim Epidemiológico de Arboviroses Nº 22, com dados referentes às semanas epidemiológicas de 29 de dezembro de 2024 a 31 de maio de 2025. O documento revela uma redução significativa de 68,4% nas notificações de dengue em comparação ao mesmo período de 2024, totalizando 17.957 casos registrados neste ano.
Desse total, 3.972 casos foram confirmados, incluindo 67 com manifestação clínica grave. A SES-PE esclarece que houve uma mudança na metodologia do boletim: agora, a comparação entre os anos é baseada no número de notificações, e não mais em casos prováveis, para evitar distorções causadas por contextos diferentes e períodos de investigação ainda em aberto.
As notificações refletem registros feitos por profissionais de saúde quando o paciente apresenta ao menos três sintomas típicos das arboviroses, como febre associada a outros sinais. Esse dado é considerado mais estável para análise estatística anual, já que não depende do encerramento dos processos de investigação clínica.
O levantamento também aponta a situação epidemiológica nos municípios: 123 localidades estão com baixa incidência de dengue, 34 apresentam incidência média, e 16 registram níveis considerados altos.
Além da dengue, o boletim traz dados sobre outras arboviroses. Foram notificadas 2.836 ocorrências de chikungunya, com 423 confirmações. No caso do vírus Zika, foram contabilizados 565 registros suspeitos, mas nenhuma confirmação até o momento.
A febre do Oropouche, por sua vez, segue sob monitoramento. Desde maio de 2024, foram registrados 181 casos, sendo cinco deles confirmados apenas em 2025. O vírus já foi identificado em mais de 30 municípios pernambucanos, incluindo Recife, Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, Garanhuns e Bonito.
As investigações de óbitos relacionados às arboviroses são inicialmente conduzidas pelas equipes municipais de vigilância e, posteriormente, analisadas por comitês técnicos estaduais que definem a causa das mortes. O acompanhamento seguirá intensificado ao longo do período sazonal de maior circulação viral.