Clima junino aquece as vendas na Central de Abastecimento de Sergipe na véspera de São João

Principal estrela das festas juninas, o milho verde tem gerado boas expectativas entre os comerciantes e consumidores; a previsão é de aumento de 50% na produção em 2025
O clima junino impulsiona as vendas na Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa), em Aracaju. Nesta segunda-feira, 23, véspera de São João, o movimento começou cedo, com barracas lotadas de espigas de milho e clientes circulando com sacolas cheias. Administrada pelo Governo de Sergipe, a Ceasa é protagonista na economia e na cultura do estado neste período, que aquece a cadeia produtiva e mantém vivas as tradições nordestinas.
Principal estrela das festas juninas, o milho verde tem gerado boas expectativas. Quem vive da venda desse tipo de produto comemora o bom momento, como Sérgio Sampaio Souza, conhecido como ‘Borracha’. O comerciante trouxe o produto diretamente do município de Aquidabã e falou com otimismo sobre a expectativa da venda do produto no período. “Está vendendo bem, graças a Deus. A Ceasa está abastecida, está saindo e chegando mais milho. Não vai faltar para ninguém. Dá pra tirar um trocadinho e garantir o sustento”, revela.
Na banca de dona Maria Aparecida de São José de Oliveira, que vende há cerca de dois anos na Ceasa, o movimento surpreendeu positivamente. “Hoje e ontem foram os melhores dias de venda do mês, está saindo muito milho. O meu vem de Itabaiana, mas chega de todo canto. Tem milho para todo mundo. Está de trinta, quarenta, cinquenta reais, a depender. Tem gente que não pode comprar uma mão por cinquenta, mas quem procura acha mais em conta”, frisa.
Por conta do feriado, a Ceasa tem horário de funcionamento alterado. Nesta segunda, o espaço tem funcionamento até às 17h. Já nesta terça-feira, 24, Dia de São João, a Central funcionará das 3h às 13h.
Consumidores satisfeitos
Entre os compradores, o servidor público José Paixão, morador de Nossa Senhora do Socorro, veio em busca dos ingredientes para uma noite junina em família. “Comprei milho, coco e outros derivados. Vim aqui por ser mais prático e ter variedade. O São João é nossa identidade, então não pode faltar”, expõe.
Para Marizete Santos Nascimento, que costuma visitar o Ceasa apenas uma vez por ano, o milho também é essencial. “Esse ano eu não plantei, então, vim comprar. A mão está quarenta reais, mas vale a pena. Vou fazer canjica, cozinhar, fazer de tudo. Moro com meus netos e, graças a Deus, ainda mantenho essa tradição de acender fogueira e celebrar São João”, conta.
Além do milho, o Ceasa oferece uma diversidade de produtos típicos da época, como macaxeira, amendoim, coco seco e laranja. Débora dos Santos de Jesus, que trabalha com comidas típicas o ano inteiro, destaca o aumento da procura neste período. “A demanda está grande, principalmente por canjica, pamonha, bolo, sarolho, pé-de-moleque. Os preços estão razoáveis, mesmo assim, aqui ainda é o melhor lugar para encontrar tudo isso junto”, destaca.
Demanda atendida
Grande parte dos vendedores do produto na Ceasa é oriunda do povoado Colônia 13, em Lagarto, e o milho comercializado vem do Perímetro Irrigado Piauí, gerido pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse). Segundo o órgão, há uma expectativa de aumento de 50% na produção, em 2025, em relação ao ano anterior. A previsão para o período junino deste ano é de 4.591.300 espigas, cultivadas em uma área estimada de 157,2 hectares, com uma produção total de cerca de 1.955 toneladas.
De acordo com o diretor-presidente da Coderse, Paulo Sobral, o planejamento estratégico do Governo do Estado tem sido essencial para garantir a oferta do produto mais procurado do mês junino. “A oferta de milho verde está sendo suficiente para atender a demanda no Ceasa Aracaju, o principal ponto de concentração da produção estadual no mês junino. Nos perímetros irrigados, mantidos pelo Governo do Estado, já prevíamos um aumento de 50% na produção e isso contribuiu positivamente para a oferta do milho verde para Sergipe e até outros estados”, destaca.
Conforme Paulo, há, ainda, outros incentivos, como o Programa Sementes de Futuro, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri). “Foram investidos R$ 7,5 milhões para doar 527 toneladas de sementes de milho à agricultura familiar, entre 2023 a 2025. E o Governo do Estado reduziu a alíquota do ICMS de 12% para 2% na venda do milho em grão. Como resultado e antes de garantir o milho destas festas juninas, o agricultor sergipano alcançou a maior produtividade em quilos por hectare na produção nacional de grãos de 2024, quando também foi registrada uma safra recorde de mais de 1 milhão de toneladas de milho em Sergipe”, afirma.