Da falta de remédio a atraso salarial: a crise na saúde de Fortaleza que levou à saída da secretária

A Prefeitura coloca à frente da SMS, agora, a atual gestora do IJF, Rianne Azevedo
O prefeito Evandro Leitão (PT) anunciou, nesta sexta-feira (16), troca na direção da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS). Desde o início da nova gestão, a Pasta acumulou uma série de problemas que levaram à saída da médica Socorro Martins do comando das atividades – parte deles herdados da gestão anterior e ainda sem desfecho. A informação de que a gestora foi afastada foi divulgada com exclusividade por Inácio Aguiar, colunista do Diário do Nordeste.
A área da saúde, inclusive, tem registrado os piores índices de avaliação entre as pastas da gestão, segundo indicam as pesquisas internas encomendados pelo próprio Paço, como adiantou o colunista Inácio Aguiar. Para isso, a Prefeitura coloca á frente da SMS a atual gestora do IJF, Riane Azevedo.
Em janeiro, Evandro declarou em reiteradas entrevistas que a Prefeitura herdou diversas dívidas com fornecedores oriundas da gestão de José Sarto. Porém, quatro meses depois, a gestão ainda apresenta pendências com promessas de resolução.
Entre elas, está a operacionalização integral do Instituto Dr. José Frota (IJF), maior hospital de traumas do município; a normalização da distribuição de medicamentos e pagamentos de profissionais; e a requalificação de estruturas comprometidas.
A ideia do prefeito Evandro é que um novo gestor consiga sanar essas dificuldades e lidar com a intrincada rede de saúde de uma cidade com 2,4 milhões de habitantes.
Crise no IJF
No segundo semestre de 2024, o IJF vivenciou uma crise profunda com falta de remédios – incluindo analgésicos -, alimentos e insumos básicos, como materiais para curativos e lençóis.
A médica Riane Azevedo, superintendente do IJF, declarou que o maior hospital da rede municipal chegou a 2025 devendo R$ 73 milhões a empresas de medicamentos, lavanderia, próteses e órteses e até de pessoal.
O prefeito anunciou repactuação com o Governo do Estado e com o Governo Federal para o recebimento de mais recursos financeiros. O Estado ampliou o aporte mensal de R$ 6 milhões para R$ 10 milhões, totalizando R$ 120 milhões ao ano; o Ministério da Saúde garantiu mais R$ 180 milhões para o ano.