Empreender na Páscoa: ovos artesanais viram fonte de renda para pequenos negócios

Vendas de doces caseiros cresce e garantem lucro
A Páscoa é uma das datas mais aguardadas pelo comércio brasileiro e impulsiona o mercado sanzonal. Além de movimentar supermercados e grandes marcas de chocolates, também abre espaço para quem busca uma renda extra ou deseja consolidar um negócio próprio.
Em Sergipe, a movimentação econômica estimada durante este período gira em torno de R$ 21 milhões, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio/SE). Uma boa parte desse número está no mercado informal, com pequenas empresas ou pessoas autônomas produzindo itens para lucrar com a data.
A arquiteta Luyanne Mota é um exemplo disso: ela encontrou na confeitaria uma forma de unir tradição familiar e empreendedorismo. Sua marca, “Doce Cantinho Aju”, nasceu em 2019, em meio à busca por uma fonte de renda extra.
“Comecei vendendo docinhos e hoje tenho um cardápio cheio de opções. A Páscoa virou uma das campanhas mais importantes para nós”, conta Luyanne.
Luyanne Mota usa a venda de doces como renda extra (Foto Acervo Pessoal)Para dar conta da alta demanda, Luyanne começa os preparativos ainda em janeiro, conciliando a confecção dos doces com os compromissos da arquitetura. “Faço um cronograma dos meus contratos para conseguir focar na produção dos ovos”, explica.
A jovem Eduarda Silva também resolveu investir na confecção de ovos artesanais como renda extra. A ideia surgiu no início deste ano e, atualmente, ela se divide entre ajudar na empresa da mãe durante o dia e a produção de doces à noite.
“Sempre gostei de cozinhar, então resolvi transformar isso em lucro. É cansativo, mas me organizo com planilhas e peço aos clientes o 50% do valor para garantir a encomenda”, afirma Eduarda, proprietária do “Sabor Mágico”.
Empreendedorismo informal
De acordo com o economista Márcio Rocha, a data impulsiona setores estratégicos da economia, como a indústria de chocolateria e o comércio de pescados. Mas, também aquece o mercado informal por meio do empreendedorismo sazonal.
“Muitas pessoas enxergam na Páscoa uma chance de fazer uma renda extra. Os ovos artesanais, por exemplo, são mais acessíveis ao consumidor do que os de marcas consolidadas, o que torna esse nicho bastante atrativo”, explica.
Para quem decide apostar na produção caseira de chocolates, o retorno financeiro pode ser significativo, mas é preciso planejamento. O economista ressalta que não basta começar sem estudar o mercado.
“É necessário compreender a demanda, divulgar bem o produto e entender que a concorrência é alta. Quem já tem certa experiência com confeitaria tende a se destacar, mas o mercado está aberto para todos que souberem se posicionar”, afirma.
Além de representar uma renda extra, a Páscoa pode ser a porta de entrada para um negócio duradouro. Márcio Rocha aponta que muitos empreendimentos começaram justamente com a venda de ovos artesanais em datas comemorativas e, com o tempo, se consolidaram no mercado de confeitaria.
“O segmento cresce a cada ano, e muitos negócios que hoje são referência nasceram de uma boa ideia colocada em prática nesse período. O importante é identificar a oportunidade e transformar o que era temporário em algo permanente”, destaca o economista.