Mais de 130 famílias são retiradas de ocupação em terreno próximo à UFPI após ordem judicial

Mais de 130 famílias são retiradas de ocupação em terreno próximo à UFPI após ordem judicial

Cerca de 130 famílias da ocupação Terras de Abraão, localizada na Avenida Professor Arimateia Santos, na zona Leste de Teresina, próximo à Universidade Federal do Piauí (UFPI), receberam na manhã desta terça-feira (27) uma ordem judicial de desapropriação das terras. O local foi ocupado há cerca de cinco meses por pessoas que afirmam que não possuem residência, e que alegam que o terreno pertence à União.  Eles foram retirados do local por policiais militares que deram cumprimento a ordem judicial.

Segundo os moradores, equipes da Polícia Militar iniciaram a desapropriação por volta das 6 horas da manhã. Moradora da ocupação, Andressa Rodrigues relatou que, pela primeira vez, teve a oportunidade de ter uma moradia.

“Eu sou mãe solo, nunca tive casa. Se eu morrer, minha filha não vai ter ninguém. Não vai ter nem um teto para colocar sobre a cabeça. Agora vão derrubar minha casa e eu vou ficar na rua”, contou.

A ocupação fica entre dois terrenos, um da empresa Águas de Teresina e outro da Polícia Federal. Uma segunda moradora, que preferiu não se identificar, relatou que, há alguns meses, órgãos estiveram no local para delimitar as áreas particulares.

“A Polícia Federal e a Águas de Teresina estiveram aqui, demarcaram o que era deles. E nós começamos a construir onde pertencia à União. Agora, uma pessoa apareceu informando que era posseira do terreno. Nós desconhecemos essa informação”, relatou.

Nossa equipe de reportagem tentou contato com a parte requerente do terreno, representada por um advogado que estava no local, mas não obteve retorno.

A Polícia Militar esteve no local para dar cumprimento à ordem judicial emitida pela 5ª Vara de Justiça do Piauí. De acordo com o coronel Jamson Lima, o processo de desapropriação teve início há cerca de 40 dias.

“Já havíamos avisado os moradores da situação, porque essa ordem chegou para nós em abril. Acionamos alguns órgãos também envolvidos na situação para acompanhar a desapropriação. Entendemos que não é uma situação simples, temos o compromisso e o cuidado com as vidas e com as famílias que estão aqui. Mas uma ordem judicial foi dada e não conseguimos discutir o mérito dela neste momento”, explicou.

Ainda de acordo com o coronel Jamson, todos os objetos pessoais, materiais de construção e eletrodomésticos dos ocupantes estão sendo entregues.

“Qualquer patrimônio pessoal será entregue ao dono. Temos uma equipe retirando o material, e todos vão entrar no local para retirar suas coisas”, finalizou o coronel.

Os ocupantes afirmaram que tentarão retornar para a ocupação.

Redação

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