No Dia da Caatinga, ação de preservação reduz emissão de gases de efeito estufa no Semiárido baiano

No Dia da Caatinga, ação de preservação reduz emissão de gases de efeito estufa no Semiárido baiano

Celebrado nesta segunda-feira, 28 de abril, o Dia Nacional da Caatinga chama a atenção para a importância de um dos biomas mais ricos e exclusivos do Brasil. Na Bahia, onde a Caatinga ocupa cerca de 54% do território e está presente em 225 dos 417 municípios, o Governo do Estado vem implementando políticas públicas voltadas à sua preservação, com destaque para a ação de Recaatingamento.

A iniciativa tem como objetivo conservar a Caatinga por meio do isolamento de áreas degradadas e já apresenta resultados significativos na mitigação das mudanças climáticas. De acordo com Victor Leonam, técnico da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), foi possível observar um aumento de 87% na diversidade de espécies da Caatinga nas áreas isoladas. Além disso, graças ao uso de tecnologias hidroambientais, essas áreas conseguiram remover quase 93 toneladas de CO₂ por hectare, contribuindo diretamente para a redução da emissão de gases de efeito estufa.

A ação de Recaatingamento é realizado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio do Projeto Pró-Semiárido, com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e apoio técnico do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa). Com um investimento de aproximadamente R$ 2,4 milhões, o projeto envolveu diretamente 600 famílias agricultoras de 20 comunidades rurais tradicionais de fundo de pasto, quilombolas, assentamentos de reforma agrária, distribuídas por 12 municípios do norte baiano.

O isolamento de 20 áreas permitiu a recuperação de 1.000 hectares de Caatinga e a implementação de planos de manejo sustentável em cerca de 20 mil hectares. Segundo Alcides Peixinho, agricultor da Comunidade Ouricuri (Uauá), a Caatinga funciona como uma poupança ambiental, essencial ao modo de vida das comunidades de fundo de pasto, que criam seus animais soltos e dele tiram seu sustento. “É na Caatinga que temos o ar limpo, diversos tipos de abelhas e animais. Por conta disso nossas associações se encarregam de ser as guardiãs desse bioma”.

O Recaatingamento vai além da conservação ambiental: também promove educação comunitária, combate ao superpastoreio e implementação de tecnologias socioambientais que melhoram a qualidade de vida das famílias. Foram implantadas 607 soluções, como biodigestores, bioáguas familiares, fogões ecológicos, cisternas, viveiros de mudas, meliponários e barreiros-trincheira, que garantem eficiência energética, acesso à água e melhorias na saúde.

Os agricultores e agricultoras participantes tornaram-se os Guardiões da Caatinga, cuidadores e mobilizadores nas suas comunidades, promovendo a preservação do bioma e a adaptação às mudanças climáticas.

Redação

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